O SEMEADOR
Não tem a missão de cuidar da terra,
Como o lavrador que semeia as sementes,
E as chuvas generosas fazem-nas brotar,
Sendo a colheita farta para seu sustento,
Após árduas tarefas que deixam marcas,
Com calos nas mãos e extremos cansaços.
Semeador que busca os corações magoados,
Sem alternativas diante de seus fracassos,
Pois o amor que um dia tiveram pressurosos,
Se diluiram como se fossem castelos de areia,
Construidos sem bases para se solidificarem,
E diante de tormentas desabaram seus sonhos.
Casais que antes se amavam em plenitudes,
Fazendo juras de amor e construirem um lar,
Viveram intensas euforias e tantas entregas,
Com flores perfumadas enfeitando ambientes,
Trazendo inspirações pelas belezas e cores,
E o semeador julgava ali reinar a felicidade.
Só que aos poucos o amor foi arrefecendo,
Pelas desavenças imaturas e inconsequentes,
De jovens que não tinham o devido preparo,
Para uma vida em comum e enfrentar desafios,
Próprios da natureza humana um tanto insegura,
E com isso o semeador dali se afastou até triste.
Buscou semear a paz entre as nações em conflito,
Que trazem desgraças e causam vítimas inocentes,
Criancinhas que morrem vítimas de balas perdidas,
E mães desesperadas que ficam imersas em lágrimas,
Desesperadas por verem seus filhinhos sucumbirem,
E na guerra perversa o semeador deixou suas tristezas.
Buscou então os corações puros e livres de ódios,
As criancinhas que vivem de sorrisos e abraços,
E encontrou nelas razões para semear suas dádivas,
Com esperanças de ali frutificarem sómente o amor,
Perfumadas como as flores e de intensas alegrias,
E feliz recomendou no entanto que fossem cuidadas.
01-12-2010