CANTILHA PARA ALGUÉM QUE SE PENSA

"CANTILHA PARA ALGUÉM EM QUE SE PENSA"

O sol tem

A cantilha,

E o frio também

Anulados

Pelos calos

Para que em quem se pensa,

Sejam talos revigorados

Que sinta a si como condessa

Cometa,

Odisiséia

Vazio é o espaço

Espeço, destronado

Por alguém que em se pensando

No adeus não se queira

Sártiro

O bem prado

Que refigura,

A partida

Que se diga

Que queres

Viver-te ao lazer das peles

Ao meu lado

A parede

Diagnóstico,

Optou pela sina

Célula viva

Resina de um amor carbonizado

Ionizado,

Cristalizado,

Que decaptado

Retorna à vida

Sendo dono

Do que sinto,

Abssinto

Tribo,

Canibais

Que refrigeram

O acontecimento

Que acometo

Ama de um leite seco

A ama que me apazígua

Exígua fúria que repassa

Devassa

E que não mata,

A escuridão

Flerto com a carne

Para que me salde

Da inaptidão

Inexato enquadro

Esquadro,

Não me mate de paixão

Captar o vento

Que se arrisca

A não disser-se não

Saúdo à você

Que canaliza

Toda vida arisca

Risca meu peito

Feito a abordagem,

Do fogo,

Que queima o carvão

Vazão suporto,

Episódio,

O ódio

De que se vive então

Fascinado dou-te meus olhos

Para que os abra

E os traga à visão

Canção dos eternos modos

Eu que lhe imploro

Não me deixe em sofreguidão

Lição ao reitor negro

Feitos dos cabelos leigos

Que não encontram minhas mãos

O quê faria

Para tê-la,

Ao meu lado?

Dragar

O calvário?

E o lago?

Ante a sua plástica visão?

Sabor da vivicitude

É do que me convenço

Declarar-me a você

Frente a uma atitude

Em que desconheço

Eu penso amar-te

Como aos sonhos

Que em sua vontade

São a realidade

Para a bondade

Do sim

O quê fazer para não padecer,

Para não amortecer,

Para não hibernar,

Para não desacreditar,

No meu respiro

O ar que é retiro

Do seu suspirar

Linda é a magia

Que seu rosto apresenta

Menta, o gosto de seu beijo

Elejo seus olhos

O sol que nasce primeiro

Para um novo vento

Eleito,

Penso estar presente

Em meio,

A sua eleição

Elejo-te a senhorita mais bela

Senhora,

Para onde todas as noites

Meus sentimentos apelam

Aterram minha dor

Apenas,

Quando em minha mente a vejo

Quando listo as pernas

Que me ascendem por inteiro

Asceno,

Brilho farto

Você que me salva

Quando me estende os braços

Lume que não se discute

Virá iluminar toda a luz que se embute

Dispute em que comparado

É apenas um embuste

Encurralado

Sem seu brilho

Ressente de trilhos

Que desde o início

Toma-se como dia

Como romper com a poesia?

Louco?

Se palavras não determinam

Tudo que figuram meus olhos

Corto os pulsos

O impulso,

De reviver

Rumo

A dizer,

A todos os passos,

A todas as estrelas,

Que com o compasso

Retrato a todos os castos

Que virgens são

Sem a felicidade

De tê-la inteira,

Nos braços

Como mastros

Á procura dos dias.

Omar Gazaneu
Enviado por Omar Gazaneu em 01/12/2010
Código do texto: T2647528