Templo;
Morre o sol que se esconde outra vez enquanto os amantes dizem “perdoe-me”, então a próxima dança já passa das seis e é onde os amores amam a si mesmos nos últimos acordes, escuta e então ele te implora.
Pequeno carente que suspira a alguns anjos, tão altos e tão sós, que investe com força aos templos de amor, onde as chuvas caem como mil agulhas sobre o mundo de novo e mais uma vez, tão escondido, estático através da vidraça, mirando um quadro emoldurado em seu reflexo.
Pequeno carente que a memória se esconde entre cem fragmentos, onde a confiança já não terá o ar que deveria ter, que já não importam quais são as glorias dos santos que chama de seu. Singelo carente que inspira aos anjos que abram suas asas sobre a torre da melancolia.
Deixa pequeno, que a musica venha e lave em suas ultimas notas fúnebres todas as grandes dores, que de coração para coração seja alivio, dança como a dança dos últimos dias as frustrações de tempos atrás, que o amor seja mais que um templo de anjos perdidos entre o obvio e o imaginário.
A vida continua nua e simples, e então da sua boca de mil historias que deseja em ardência o ultimo dos silêncios, faz-se novamente o mais doce dos beijos.