Alma repleta
Águida Hettwer

Eleva-me ao páramo deslumbrante, fusões,
Na solicitude do verso, jóias raras guardadas,
Baú de recordações, livros folheados de ilusões,
Relicário das emoções segregadas.

Resgatando o primor flamejante dentro do peito,
O coração convicto insiste em carregar marcas, persuadido,
Sentimento intocável pelo tempo desfeito,
Soneto de um amor escondido.

Sob o frescor da aragem, desfaço-me em suave encanto,
Sussurro do vento declamando,
Luz que acompanha o amanhecer, alvorecer num recanto,
Nos lábios o bem querer emoldurando.

Doçura sem definição,
Trago a alma repleta temperanças,
Lágrimas trêmulas sem ter caído no chão,
Remexendo lembranças.


15.10.2006