Ecos na Imensidão
Cortinas brancas esvoaçantes ao vento dominical
De um azul cantado ao céu em doce tom celestial
E nada além de esperanças desesperadas na sala vazia
De um castelo alto por sonhos, tua ilusão construída
Minhas ásperas mãos arranham minha fonte
Entre outras coisas, há uma que talvez eu não te conte
Antes da tua providência eu tinha a ciência
De que ferozes, viriam os répteis de tua abstinência
Um fantasmagórico órgão ecoa na paz da manhã
Do mundo branco, que mastiguei em tua maçã
Proibido fruto absoluto, imperecível e bruto
Razão obscura e absoluta do meu luto
Não há mais mar, não há mais dor, amor sim
Por fatos e não fotos de que terremotos causaste em mim
A realidade tornou-se apenas um eco na imensidão
Da eternidade que em minha cidade tornou-se solidão
Intransponível caractere fraqueja perante o sol
Aprimorando sensações praticamente junto ao arrebol
Noites que ganham as manhãs rompendo o clarão
Ostentando estrelas anônimas na vastidão
Provenientes de tuas pragas interiores
Despreocupado, alcançam-me teus práticos rancores
Praticamente estampados em teu próprio firmamento
Ainda que catastróficos, permanecem sem fundamento
Rei de paus, coroa, carvoeiro, padre, bispo
Entrelaças teu objetivo pensamento no visto
Passaporte único de ida por humana ser
Importando-se quase unicamente em sua forma de entender
Outrora, em frágil aurora de raios tímidos
Contorcendo-te saudosa em teu inebrio libido
Chama meu nome com os olhos fechados
Girando entre os mundos por ti criados
E o domingo, enclausura a saudade no teu peito!
Enquanto envelheço perante o espelho
Das águas turvas a qual batizas os teus
Ideais sinistros de um incompreensível adeus
Deixando ecos na imensidão...