Estranhas Ruas

E quando me enganas

Finjo que as chamas

Não se apagam ao fim

Visto-me de palavras

Perfumando navalhas

Sentada ao botequim

Espelhando vaidades

Do outro lado a idade

Marcada em mim

Desfazendo teus gostos

Desatando-o eu corro

O seu predileto cetim

E o deixo ao vento

Caído ao chão todo o lamento

Não me visto mais assim

São de repente estranhas ruas

Decalcadas formas nuas

Não voltam pro sim.

SARA GONÇALVES
Enviado por SARA GONÇALVES em 29/11/2010
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