A Fonte de Lamneth

I. No Vale

Eu nasci

Eu sou eu

Eu sou novo

Eu sou livre

Olhe para mim

Eu sou jovem

Paisagem não vista

Vida não cantada

Meus olhos acabaram de se abrir

E eles estão abrindo muito

Imagens ao meu redor

Não identificam por dentro

Apenas um borrão eu reconheço

Aquele que conforta e alimenta

Meu modo de vida é fácil

E tão simples quanto minhas necessidades

Ainda que meus olhos olhem para frente

A montanha ao leste

Fascina e cativa

Não dá paz ao meu coração

A montanha segura o nascer do sol

Na prisão da noite

Até que se livre das correntes de rocha

O vale se inunda de luz

Vivendo um longo nascer do sol

Para mim todas as coisas são novas

Eu nunca vi o céu crescer pálido

Ou perambulei por campos de orvalho

Eu não sei de pó ao pó

Eu vivo a cada suspiro

Eu vivo para escalar aquela montanha para

A Fonte de Lamneth

II. Pais e viciados

Fique!Vá

Trabalho!não!

Aprender!Viver!

Ganhar!Dar!

Ficar ou lutar?

O que é o certo?

Ouça

III. Ninguém Na Ponte

Lamentando de volta à consciência

O frio se prende à minha pele

O céu está escurecendo violentamente

Desenhado por ventos que assoviam

Bruma do mar borra minha visão

Ondas rolam tão depressa

Salve meu navio da liberdade

Eu sou açoitado desamparado no mastro

Lembrando quando segurei a primeira vez

O timão em minhas mãos

Eu peguei o elmo com tanta ansiedade

E naveguei por terras distantes

Mas agora o mar é pesado demais

E eu simplesmente não entendo

Por que minha tripulação me desertou

Quando eu preciso, preciso de uma mão guia

Peço por alguma direção

E não há ninguém ali para girar o timão

Grito por salvação

Mas não há ninguém ali para ouvir

Choro súplicas

Pois o redemoinho está próximo

Grito em desespero

Mas ninguém se importa de ouvir

IV. Panacéia

A testemunha da confusão

Está se desdobrando de minha mente

Eu olho ao redor me perguntando

Se eu deixei minha vida para trás

Eu sinto o aroma de âmbar gris

E viro minha cabeça... surpreso

Meu olhar é pego e preso

Mas eu estou desamparado, fascinado

Panacéia? bênção líquida

Deixe-me tocar seu frágil rosto

Encantamentos caem ao meu redor

E eu sei que não posso partir

Aqui está um significado para minha vida

Um abrigo da tempestade

Pacifique meus problemas com

Seu corpo, macio e quente

Nu em nossa união

Um sorriso para cada lágrima

Mãos gentis que me prometem

Conforto no decorrer dos anos

Apesar de eu saber que devo partir

Antes da luz do nascer do sol

Panacéia, pura paixão

Eu não posso resistir à sua isca suave

Meu coração ficará ao seu lado

E meu corpo pensativo se aflige

V. Bacchus Plateau

Outro amanhecer de neblina

A montanha quase se foi

Outro medo duvidoso

A estrada não está tão clara

Minha alma cresce muito cansada

E o fim está mais próximo que nunca

Pegue outra garrafa

Da safra de 43

Lembranças nebulosas em vermelho

Aparição nebulosa de mim

Me devolve meus pensamentos

Eu tenho algo a mais a dar

Eu acho que isto não importa

Não há muito mais a viver

Outro amanhecer de neblina

A montanha quase se foi

Outro medo duvidoso

A estrada não está tão clara

Minha alma cresce muito cansada

E o fim está mais próximo que nunca

Pegue outra garrafa

Da safra de 43

Lembranças nebulosas em vermelho

Aparição nebulosa de mim

Me devolve meus pensamentos

Eu tenho algo a mais a dar

Eu acho que isto não importa

Não há muito mais a viver

VI. A Fonte

Olhe... a neblina está se erguendo

E o sol está passando por ela

Veja, os passos ficam mais leves

Enquanto eu alcanço os últimos poucos

Ouça, as águas dançantes

Eu devo estar me aproximando

Sinta, meu coração está martelando

Com esperança e medo em combate

Agora, pelo menos eu caio à frente

Da Fonte de Lamneth

Eu pensei que estaria cantando

Mas eu estou cansado... sem fôlego

Muitas jornadas terminam aqui

Mas, o segredo contado é o mesmo

A vida é apenas uma vela

E um sonho deve dar chama à ela

A chave, o fim, a resposta

Privados de seus disfarces

Ainda é tudo confusão

E lágrimas chegam aos meus olhos

Apesar de eu ter chegado ao sinal

Não é realmente o fim

Como o velho sol atrás da montanha

Eu voltarei mais uma vez

Estou me movendo

Estou parado

Estou chorando

Estou parado

Estou junto

Estou separado

Eu sou eterno

No começo

Ainda... eu sou

Zorro Poeta
Enviado por Zorro Poeta em 29/11/2010
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