Os versos que te dou
Fascinada em delírios do amor que te sinto,
Rabisco palavras lascivas num papel desbotado,
Rebentos de lágrimas marcadas pelo tempo,
Busco nas lembranças o formato do teu rosto enevoado...
 
Mantenedora ainda desse discurso cheio de sentimentos,
A pena tem pena de rabiscar palavras soltas, mas o coração...
Sem sentido e revolto em comoção... Meus delírios,
Escrevo transparências, argumentos, sintomas de prisão.
 
O papel funde palavras-pensamentos, meus tormentos...
Em querer verbalizar, mas a voz falha atrapalha o meu expor,
Como coadjuvante de um destino sem páginas,
Tento registrar meu endividamento de amor.
 
Escrevo meu avesso das feridas lambidas pelo tempo,
Escrevo a ausência de mim mesma e a presença de ti,
As estruturas psíquicas de um amor doente, mordaz...
Porém, translúcido e intenso, eterno além das dores,
Porque amores são amores...
Edna Fialho
 
 
 

edna fialho
Enviado por edna fialho em 29/11/2010
Reeditado em 30/08/2012
Código do texto: T2642792
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.