LIBERDADE
Quero-a para libertar um coração oprimido.
Disse-me estar sofrendo de prisão até forçada,
E numa sintonia com minha Alma generosa,
Sussurou quietinho desejar a liberdade,
Para talvez numa busca novo amor encontrar,
Mesmo que seja com novas conformações,
Pois o que está vivendo perdeu todas as razões.
Um apêlo angustiante de quem deseja se libertar,
Tantas foram as frustrações de quem tanto sonhou,
Pois no começo seu amor éra tão intenso e bonito,
Que jamais supunha ele aos poucos se arrefecer,
E numa desesperada tentativa de se libertar,
Não tinha forças diante de quem lhe conquistou,
Com carinhos, desejos, mesuras de cavalheirismo.
Falou assim ao meu coração que ouviu atento,
Que no princípio recebia até flores perfumadas,
Beijos ardentes que culminavam em entregas,
Num amor delirante que até se extenuava,
Pois vivia momentos tão lindos e de êxtases,
Que jamais imaginaria seu mundo um dia desabar,
Diante de promessas, amor mútuo, compreensões.
Agressões verbais que feriam sua compostura,
Ouvia em silêncio sem poder nem responder,
Diante de sua fragilidade no corpo feminino,
Criado por Deus para ser um Templo do Amor,
Onde a concepção de uma nova vida se inicia,
E então como mamãe daria a luz uma criatura,
A filhinha que amamentaria com tanto amor.
Nem isso que sonhava ardentemente conseguiu,
Pois com um amor tão bonito que foi arrefecendo,
A sua fecundidade também deixou de existir,
Tantas as virulências que sofria nas agressões,
E num desespêro como se julgasse ter as culpas,
Disse então aceitar o jugo se houver as razões,
Mas queria ter a liberdade da criança e poder sorrir.
Meu coração sensibilizado procurou então ajudar,
Aconselhando procurar um novo amor verdadeiro,
Desvencilhando do jugo das correntes opressoras,
Que tiram as liberdades de quem tem só encantos,
E acreditam em princípio em promessas duradouras,
Mas que depois se diluem diante das falsidades,
E vendo que existiu um sorriso, feliz se aquietou.
28-11-2010