narciso
pressinto
sorriso carmim nos lábios, entreolhados gestos que nos cabem em um só e outras vezes em dois, numa ligação vinda das entranhas
me absorto em segundos,e a novidade: o ato de barbear lhe feriu o rosto e um filete de sangue encarna as entrelinhas da pele
era antes, como o meu coração sangrava
o espelho te tanges para o entre, para o imperceptível do avesso e da carne
nos devaneios
nos sólidos pensamentos visíveis do espelho-alma
onde te conduzes sensorial
como o único ar capaz de conter a minha sobrevivência
um sonho
enlaçado à cadeira de embalo-vida
e mesmo o ranger dos solavancos eu não ouço
(...)
apenas o deslizar das pestanas
em face de um narciso-amor
Iva Tai