DIGA VOCÊ...
As horas passaram ligeiras, perdemos a noção
O sol já espreita pela janela, e deitado aqui estamos no chão
Seu corpo quente acalenta e me alenta
Mas me diga cá, como hei de partir agora?
Pois quando lhe conheci, dei de sonha
Viajo todos os dias, rompo as nuvens afora
Vejo estrelas, dedilho cantares na aurora
Mas venha e me diz, onde devo ir agora.
As pernas estão bambas, como caminhar
Mas lembro de nossas aventuras, bambeava por ternura
As travessuras da noite eternas, envoltos sobre o colchão
O sangue correndo na veia e o amor explodindo no coração.
Mas volto à pergunta, por onde devo ir
Pois a desordem em meu armário não consegue seguir
Vejo o meu terno enlaçado em seu vestido
E o meu sapato ainda esta junto ao teu...
Sinto-me o descaso, nu ao todo
Afague-me e abrace não me deixe ir
Pois não tenho forças para prosseguir
E agora me conta, ainda devo partir.
"um poema baseado numa letra de musica de CHICO BUARQUE".