FECHAREI A CAIXA DE PANDORA
 
As poesias perdem forças...
 
Não querem mais falar de nós.
 
Fazem greve, piquete, rebelião,
 
motim... Estão em abstinência.
 
Mas murmuram seu sobrenome,
 
acalentando-me,  dizendo que dor
 
maior eu teria caso não tivesse
 
provado do âmago da paixão.
 
O que fazer agora com os outros
 
livros que não serão escritos?
 
Apertados no canto a espera
 
que alguém venha soprar a poeira
 
e passe as costas das mãs no
 
mármore para decifrar a epígrafe.
 
Por mim jamais serão contados.
 
Pois emudece a aprendiz de poetisa.
 
Fecharei agora a caixa de Pandora.


 
 
 

 
 
Railda
Enviado por Railda em 26/11/2010
Reeditado em 12/11/2013
Código do texto: T2638196
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