Frias tardes de domingo...
Lembro-me bem das frias tardes de domingo,
O pôr-do-sol entre as montanhas trazia consigo a brisa da saudade.
A sombra fria, que em seu alento trazia, tornava mais sofrido aquele momento.
Um espetáculo à parte: sol se pondo, vento frio vindo das sombras que as montanhas provocavam e a solidão tomando conta de todo o meu ser.
Com o cair da tarde, o sol tímido no céu e as nuvens avermelhadas, anunciavam a chegada da noite.
Com sua chegada, a escuridão invadia minha alma e não havia mais nada de belo e envolvente, que me despertasse para a vida.
O mundo lá fora continuava à mostra para aqueles que quisessem ser feliz e viver cada instante como o único vivido em toda sua vida.
Mas o meu momento, estava perdido meio às lágrimas que se derramaram durante aquele belo domingo que estava por terminar.
As estrelas no céu, continuavam a brilhar, embora já tivessem perdido o sentido para mim, mas lá estavam elas, sempre belas.
A impressão é de que elas estavam sempre felizes. Seu brilho era como o sorriso de uma pessoa feliz.
Mas a madrugada fria anuncia a chegada de um novo dia.
Com o amanhecer, a esperança de melhoras,
A sensação do alívio vem com este dia. Sinto-me melhor, embora ferido.
Mas sei que a dor desta ferida vai passar. Cicatrizes apenas me farão lembrar daquela fria tarde de domingo.
Tarde em que te vi em outros braços, feliz da vida.
Rejeitou o meu abraço, desprezou o meu beijo.
Mas sei que vai passar, assim como esta estação.
O inverno mais frio e longo que já passei agora termina.
Na décima terceira tarde de domingo, contadas com muito sofrimento, marcadas com lágrimas e solidão, vão-se embora.
Ficará apenas a lembrança destes dias sofridos...
Daquelas frias tardes de domingo.