A esmo

Ao acaso,

em confluentes cursos,

fascinada por olhares,

com todos os sentidos aguçados,

minha alegria insana foi bordada

Colhi apenas a beleza das flores

e enfeitei meu amor

Se eu surgir em seus instantes,

contida em labaredas melancólica,

me aceite dentro de você,

aí estarei, repousando em ti

E se prestar atenção

sentirá minha presença suave

Não mais por mero acaso

mas porque a seiva percorre o veio

e sou fábula numa alma entristecida

Se lágrimas rolarem pelo meu rosto

não ouse detê-las,

não em seu altivo desdém!

Que elas invadam,

que se espalhem pela alma

Pois será meu alento, minha calma

E desta forma,

reter-me-ei no açude do meu coração.