DISFARCE

Nos conceitos insensatos

surgem desejosos fatos.

Quebram-se os liames.

Meu mundo deixa-me ébrio:

sonho amanheceres.

É ânsia de um bem maior

em que a união, pele a pele,

forma silhueta de nosso encontro

ao entardecer luminoso

de corais e ametistas!...

Parte sou eu, parte és tu,

côncavos e convexos se completam

nesta extasiante sensação total!...

Um mar se agiganta entre nós

Separação, desilusões, vejo-me atônita!

Olhar distante (tão perdida na distância)!...

Minha voz sem rumo, sou deserto.

Sou menor, muito menor nessa hora

em que disfarço minha angústia

subentendida nessa poesia.

Marísia Vieira
Enviado por Marísia Vieira em 24/11/2010
Código do texto: T2634594