VER QUE LHE TENHO
“VER QUE LHE TENHO”
Ver que lhe ter
É me adorar,
Pois,
certo é...
Que me torno mais belo
mais terno,
Enquanto lhe quero
Ante ao choro
Que ao lhe ter
Não irá se demonstrar
Ver que lhe almejo
É sempre me dar
e regressar
Feito a emoção
assobradada nas árvores
Entre frases,
Que os amantes depositam ao vento,
Entre juras...
Enfáticos
Entre sombras que repousam
Nos trevos
Abaixo das paineiras,
Em que nos rendemos,
Pela maneira
Em que nos diríamos amar
Ver porque num sim te vejo
É reflorir a pele de emoção
É não ignorar o desejo
De entre as fases da lua se amar
E caminhar em meio a seu manto fresco
Para que façamos seu par
Ver que lhe tenho
É me apossar da travessura
E caminhar em meio a loucura
Como prova de lucidez,
De altivez,
Em uma altura
Repleta de felicidade
Em que se acerca de súplica
Para que seus braços me possam amparar
Ver que te tenho
É como me esquecer do quê me assombra,
É descrever que não há mais medo,
Que não há mais um só momento
Em que não lhe possa falar
Ver que te anseio, se antecipa,
afoito,
A um devaneio...
Feito então de verão,
De recreio,
Em que meu desejo de agora
Seja ao tempo uma resposta
Para que eu lhe possa contemplar
Ver que te adoro
É me amar por inteiro
É ver que recobro no vento
A expressão dos seus olhos,
tão meigos!
Ver que revejo
Em consulta,
Todos os outros continentes
Carentes, sem vida,
Mas não oponentes
Onde só o oriente
A beleza lhes possa entregar
Ver que te vejo
É me render ao desespero que temo
Michiko : não me faça deixar!