REENCONTRO DO AMOR

Tu vens como trem que chega cedo

Mas passa reto da parada da estação...

Tu ou me abraças ou me negas

Mas como te entregas às refregas sem reservas

De meus versos acesos...

Tu me recebes. De mãos entregues, soergues-me

Como a reconstruir um prédio paquiderme

Que minha derme cimentada,

Desenfreada, esfrega ao reverso da tua pele...

E tu, em carne, me encontras...

Contra a contra...

Cativada, perdes o senso do que me pedes...

E perdidos, ambos, revolvidos e resolvidos

Pela solidão nua de estarmos unidos

Olhamos a imensidão nas íris um do outro

Neste barco sem remos navegado em nós.

E vamos...

Soltos, em pós, aos debulhos e empuxos...

Pois há de nos achegar ao menos uma ilha...

Uma mísera ilha vazia há de nos aconchegar...