SE VIER O SOL
“SE VIER O SOL”
Se vier o sol
E você não,
Por que sorrir?
Se vier a vida
E você não,
Por que não partir?
Se vier a dor
E você não,
Por que sentir?
Sorrir porque te amo,
Porque em pranto
Peço aos meus dias,
Os cânticos
Que rezando me aproximem
E conclamem
Para que eu me possa pedir
E me chamem
Para que lhe seduzam
Infame
Que traduzam o fogo
Em cores e em verdades,
Em vaidades numéricas
Em muitos avisos
Por muitos ditos
Que enumerem e esmerem
Àquele que lhe espere
Que lhe reneguem
Porque eu sempre lhe quis
Amigos eqüidistantes:
Errantes como o manche
Que descaminha o meu dia
Que alucina a cúmplice companhia
Que à noite assobia sem medo,
À ventania, seu enredo,
De tirania
Se a morte vier
E você não
Eu então degustarei
Do que não farei
E não serei mais
Que a chuva
Que por flores,
Acusa
Que selará as nuvens
Com odores
Que anula o frescor
Por onde sua vida lúdica caminha.