AMORES
Observei os vestígios dos meus passos
sobre a fofa fina areia da existência,
os rastros se desfaziam
apagavam-se os traços,
sem relutância ou resistência,
evaporavam também as lembranças,
barreira erguida, beco sem saída;
Caminho pelos mesmos caminhos
com a inconteste verve da paixão vivida,
minha lucidez reluziu mais que antes,
todavia senti falta dos verdadeiros carinhos,
porém assim é a vida! Assim é a vida!
Trilhei a sinuosa trilha dos amantes,
andarilho sem pressa de chegar,
só espero a hora chegar,
espero só a hora chegar...
E feito maltrapilho de mim mesmo
apalermado recitei a esmo
em verso e prosa
a rosa formosa, famosa,
cantei a canção sentida, refletida,
sem medo de amar, sentar e falar
na mesa ou no ar,
sem medo de beijar na boca!
Desfiz-me no tempo,
no tempo minguante de afeição pouca,
e louca razão!
Transfigurei a desilusão,
alimentei o espírito com encanto,
acordando o (in) sensato coração,
renasci!
Vi
Um novo amanhecer, novas cores
aquarelando aquela esquecida flor
faceira,
trigueira,
matreira,
o poeta é assim
remove dores,
vive amores....
21/03/07
uma poesia sempre é dedicada, ainda que inconscientemente.