AMORES

Observei os vestígios dos meus passos

sobre a fofa fina areia da existência,

os rastros se desfaziam

apagavam-se os traços,

sem relutância ou resistência,

evaporavam também as lembranças,

barreira erguida, beco sem saída;

Caminho pelos mesmos caminhos

com a inconteste verve da paixão vivida,

minha lucidez reluziu mais que antes,

todavia senti falta dos verdadeiros carinhos,

porém assim é a vida! Assim é a vida!

Trilhei a sinuosa trilha dos amantes,

andarilho sem pressa de chegar,

só espero a hora chegar,

espero só a hora chegar...

E feito maltrapilho de mim mesmo

apalermado recitei a esmo

em verso e prosa

a rosa formosa, famosa,

cantei a canção sentida, refletida,

sem medo de amar, sentar e falar

na mesa ou no ar,

sem medo de beijar na boca!

Desfiz-me no tempo,

no tempo minguante de afeição pouca,

e louca razão!

Transfigurei a desilusão,

alimentei o espírito com encanto,

acordando o (in) sensato coração,

renasci!

Vi

Um novo amanhecer, novas cores

aquarelando aquela esquecida flor

faceira,

trigueira,

matreira,

o poeta é assim

remove dores,

vive amores....

21/03/07

uma poesia sempre é dedicada, ainda que inconscientemente.

ANDRADE JORGE
Enviado por ANDRADE JORGE em 23/11/2010
Reeditado em 01/07/2016
Código do texto: T2631948
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