Amor Platônico

ELE:

Até quando irás tratar-me desta forma,

Com tanta frieza e tantas indiferenças.

Será que fizeste disto, lei, ou norma,

Ou em coisas do coração já não pensas.

Dizei-me meu amor, abra o jogo

E confessas-me que queimas igual o fogo.

ELA:

Eu sei querido, o quanto tu me queres,

E que às vezes fazes-me agrados tantos,

E outras vezes, com palavras tu me feres;

Fazendo com que me duplique os prantos.

Só peço-te que sejas mais compreensivo,

Pois tu sabes que é para te amar que vivo.

ELE:

Então, porque razão de mim, te esquivas?

Quando tento prender-te em meus braços

Tu foges, sem deixar sequer alternativas.

Sabendo que o tempo e a vida são escassos,

E em breve, muito em breve tudo passsa,

Evola-se, e some no ar feito fumaça.

ELA:

Digo-te novamente, Ó bem amado,

E te direi quantas vezes for preciso,

Que tu estás totalmente enganado,

E talvez por isso, é que vives indeciso,

Não fujo de ti, nem tampouco me esquivo,

Por que sem teu amor, meu amor, não vivo.

ELE:

Quem dera, fosse verdade o que dizes,

Certamente eu não seria assim tão triste;

Pois já estaríamos casados e felizes,

E, eu poderia enfim gritar que o amor existe.

No entanto, vivo aqui completamente sozinho,

E sempre mendigando o teu carinho.

ELA:

Mais uma vez meu amor, vês, se me entendas,

E sossegas esta ânsia que tens na alma.

Eu só não quero que mais tarde te arrependas,

E não digas que tirei de ti, toda tua calma.

Se, te sentes só, não lamentes tua sorte,

Pois nada há de nos separar, nem mesmo a morte!...

Roberto Jun
Enviado por Roberto Jun em 23/11/2010
Reeditado em 06/06/2014
Código do texto: T2631641
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