A SAUDADE NA JANELA

Cansado, diante da janela,

sentindo a brisa fria soprar

da chuva que caia dela

e uma saudade apertar.

A saudade que senti dela,

a fresca brisa que vem da janela

é a saudade que chora

como que sozinho lá fora.

É a tua ausência, a solidão,

languidamente o coração desaba

e vai perdido na vastidão

que doi no peito e nunca se acaba.

E a minh´alma que suspira

e sente a distância

que contra nós conspira,

sem estância.

A saudade na minha janela

chama pelo nome dela.

Pela vida, pela minha respiração,

não ficarei nesta solidão.

Ai que amor poderoso no peito

que vence a tua ausência no leito!

Que sabe e sente reciprocidade

neste sentimento que é pura verdade.

E sendo, eu, pleito avassalor,

tu és de fato o despotismo

do sentimento e da dor,

do meu sucesso e idealismo.

Amor meu, minha razão de viver,

minha flor de formosura,

meu tão esperado amanhecer,

meu gozo de longura.

Obtive da noite a amizade,

para ver-te no rútilo de uma estrela,

ao sentir de ti a cumplicidade

e de, por fim, poder merecê-la.

E ainda diante desta janela

olhando para este céu cinzento

sentindo gotejos que vem dela

como lembranças de um pensamento...

Espero por ti como a terra pela chuva,

como o bom vinho o preparo da uva;

Como a noite espera o sono,

como o cão fiel espera pelo seu dono.

(YEHORAM)

YEHORAM BARUCH HABIBI
Enviado por YEHORAM BARUCH HABIBI em 22/11/2010
Código do texto: T2631182
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