Eternidade de solidão
Faz muito tempo criei resistência,
na tendência unívoca de não me perder nas lembranças de você.
Faz muito tempo que meus sonhos são meros coadjuvantes,
e meu amor... Mero mentor da inacabada colcha de retalhos.
Mosaico de estrelas, laços do tempo, tributos de pensamentos,
e por entre os rebentos de um mar bravio,
fiz-me pavio de uma luz de velhas e na tormenta me apaguei.
Repaginada e virada do avesso,
paguei meu preço à insanidade desse sentimento.
Difusora redimensionada de tanto desafeto,
vindo de você, me destrocei...
Como um feto, me abortei e subtrai toda a dor,
enquanto a flor da alma fora encanto,
num manto me encolhi, abriguei-me e
não percebi o frio voltar e murchei.
A escalada tinha o cheiro da pedra puída em alto mar.
Guirlanda das noites envoltas no fio do algodão,_ solidão!
Perdi o chão e levitei a dor que ainda carpinha meu corpo,
provoca a ruptura de minha alma e esquarteja meu rosto.
O que foi feito do corpo desejado, dos beijos inflamados?
O que foi feito dos pensamentos concisos?
Repetidamente a inóspita noite avançou,
a lua sumiu e o sol esqueceu-se de acordar.
Os dormentes sentimentos de ser ou estar,
pertencer e direcionar, tudo está vazio agora.
A solidão eternizada numa estrada desértica.
Seria o tempo a ventar meu divagar?
Seria a solidão a açoitar meus clarões do acordar,
para de novo adormecer e atormentar?
Cem anos se passaram e eu no mesmo lugar...
Pensamentos em você, ainda a divagar...
Edna Fialho
Faz muito tempo criei resistência,
na tendência unívoca de não me perder nas lembranças de você.
Faz muito tempo que meus sonhos são meros coadjuvantes,
e meu amor... Mero mentor da inacabada colcha de retalhos.
Mosaico de estrelas, laços do tempo, tributos de pensamentos,
e por entre os rebentos de um mar bravio,
fiz-me pavio de uma luz de velhas e na tormenta me apaguei.
Repaginada e virada do avesso,
paguei meu preço à insanidade desse sentimento.
Difusora redimensionada de tanto desafeto,
vindo de você, me destrocei...
Como um feto, me abortei e subtrai toda a dor,
enquanto a flor da alma fora encanto,
num manto me encolhi, abriguei-me e
não percebi o frio voltar e murchei.
A escalada tinha o cheiro da pedra puída em alto mar.
Guirlanda das noites envoltas no fio do algodão,_ solidão!
Perdi o chão e levitei a dor que ainda carpinha meu corpo,
provoca a ruptura de minha alma e esquarteja meu rosto.
O que foi feito do corpo desejado, dos beijos inflamados?
O que foi feito dos pensamentos concisos?
Repetidamente a inóspita noite avançou,
a lua sumiu e o sol esqueceu-se de acordar.
Os dormentes sentimentos de ser ou estar,
pertencer e direcionar, tudo está vazio agora.
A solidão eternizada numa estrada desértica.
Seria o tempo a ventar meu divagar?
Seria a solidão a açoitar meus clarões do acordar,
para de novo adormecer e atormentar?
Cem anos se passaram e eu no mesmo lugar...
Pensamentos em você, ainda a divagar...
Edna Fialho