uma lágrima de música
“se você não me queria,
não devia me procurar,
não devia me iludir...”
não devia deixar-me sair por aí,
achando que eu não precisava
de mais ninguém;
não devia também
permitir que eu pensasse
que eu não tinha mais
o que escolher
nem que eu esperasse
pelo amanhecer pra ver
se haveria um dia melhor;
não devia o maior
céu azul me mostrar,
a ponto de eu adivinhar
que a felicidade existe
não devia encher meus olhos
com tudo o que duvidamos,
mas que na verdade queremos;
devia, ao menos,
ainda que não me fizesse
cair na real,
ser só um pouco mais radical:
‘se você não me queria,
era só me aconselhar
pra um dia eu desistir
de querer te acompanhar’
Rio, 21/11/2010
Aluízio Rezende
Os três versos iniciais pertencem à legendária canção “Me Deixa em Paz”, de Monsueto e Ayrton Amorim