E O VENTO LEVOU
Percebi uma leve brisa acariciando meu rosto,
Como se fizesse afagos chamando minha atenção,
E o vento peregrino que tinha o perfume das flores,
Sussurou com voz macia a pergunta intrigante,
Se eu amei com tanta intensidade um amor que se foi,
Pois sabia pelas confidências da Lua que nos conheceu.
Respondi então buscando traçados e até linhas,
Escritas nas páginas da vida de minha existência,
E tirando uma delas já meio desgastada pelo tempo,
Mas ainda conservando perfumes que me fascinavam,
Pedi então que minha Alma serena se manifestasse,
Pois saudosa e triste jamais esqueceu aquele amor.
Disse então para o vento que até se acalmou,
Que dois jovens se conheceram fortuitamente,
Por um acaso que a vida traçou e trocaram olhares,
E daí nasceu um amor cheio de nuances e encantos,
Que foi se aprimorando pelas vivências e traçados,
Até que se culminou pelos compromissos no Altar.
Jamais deixaram de observar um lindo pôr do sol,
Aguardando depois a noite estender o manto escuro,
Cheio de estrelas piscantes que pareciam até brincar,
E quando a lua enluarada mostrava seus esplendores,
Para ela dirigiram suas atenções pois estavam apaixonados,
E abraçadinhos trocavam beijos com tantas ternuras.
Tinham nos gestos a simplicidade dos que sabem amar,
Sem jamais transgredirem os afetos pelas brutalidades,
Pois em vez de agressões que podem abrir as feridas,
A garota dos sonhos recebia flores com deliciosos aromas,
E diante das confidências que a Alma em lágrimas contou,
O vento levou uma pagina da vida de suas existências.
21-11-2010