ESSENCIALMENTE
( Um pedido de um amigo, um feito por ele)
ESSENCIALMENTE
Guardar o que se gravou
Memorizar o que me emocionou
Chorar do que não me amou
Escrever do que nunca saiu da vaidade
Escrever numa noite clássica
Viver numa noite moderna
Modernizar o arcaico do clássico
Quebrar essa inescrupulosa métrica
Deixar-me dar de amor
Mostrar que amor é o Carpe Diem dos tolos
A mentira do romântico que me iludiu anos
E me tornou crítica biológica e naturalista
Realista perfeita
Pirem subjetiva e pessimista dos fatos
O amor de livretos compõe a alma da donzela praxe das matas de Alencar suar preencher a doçura da audácia capituniana
e a pobre Moreninha amou o rapaz que apostou
Pelo amor
Moderna
Da donzela da cidade
E viveu para escrever para ele
E para o ser essencial da historia
descumprida
Da carnificina desse amor mulato, caboclo, irregular.
Como a métrica anticlássica que Camões jamais batizariam.
Mas, Monteiro num criticaria,
Nunca amou assim
ESSENCIALMENTE.
-Por Felipe-