SONETO DE UM AMOR ASSASSINO
Mara era moça de sonhos!
Cabelos de ouro
Olhos cerúleos
Suspiros de ortelã.
Curvas abraseadas acalentavam o portão
Às tardinhas, a me esperar.
Longe ornava a rua donde eu vinha...
Tingia, com olhar profundo, meus sonhos.
...Soprou o tempo.
Doutra janela, Afrodite acenou-lhe...
Nos enganou!
No ensejo, às bordas de um ninho vazio
Senti minha alma reduzida a nada...
Temi perdoá-la: Apontei-lhe o céu!
Clodoaldo Dias dos Reis