Alucinada

Alucinada

A louca que mora dentro dela vez ou

outra tende aflorar.

A voz fica rouca de tanto gritar, deixa

o ar e todos aturdidos.

A louca que foi bela um dia transfigura

em amargura e chora.

Sem parar um minuto, me deixa de

luto sem a morte chegar.

Fala de coisas que são, fala de coisas

cruéis e quentes.

Fala de tudo e de todas as coisas sem

réus presentes.

A louca que se esquece do que é hoje

vive de um passado ausente.

Louca que em prece ora sem fé vivificada

vive de contos descrentes.

Berra grita e se agida em gestos frios

aleatórios e indiscretos, menti.

A louca que ama no medo da perda fica

me olhando reto.

É mesma louca que me execra com desejo

de estrangular-me no feto.

http://poetadefranca.blogspot.com/

O NOVO POETA. (W.Marques).