Amor de 70
Vou correr...
sem perder a esperança,
mesmo se olhar sem ver
quero você menina....
outra vez,
meu amor criança!
Percorri vilas e cidades procurando,
nada como aquele amor inocente...
aquele feitiço da meninice
ou um carinho aparente.
Escuto ainda a "nossa canção",
lembro dos nossos bailinhos,
tuas trancinhas meio hippie,
do teu vestido midi amassadinho.
Meu cabelo comprido,
meio hippie... meio relaxado,
nossos encontros meio escondidos,
tantas briguinhas apenas por chegar atrasado.
Só tinha cinema se fosse rock,
a vitrola tocava a noite toda,
Jovem Guarda rolando...
pra fazer amor no fusquinha
parecíamos malabaristas se amando.
Hoje pra relembrar... tomei cuba libre
e até Hi Fi....
mas não tem o mesmo gosto!
Até o chiclete Adams ficou diferente,
sem namorada de mini-saia
não tem sabor... mesmo que eu tente.
Lembra da lagoa?
Não tinha nada de encantada,
tomávamos banho,
sem culpas...
sem desculpa.
E era lá que gostávamos
de fazer amor na madrugada.
Hoje passei perto do colégio,
onde nos encontrávamos todos os dias,
onde teu pai me atrapalhava pra caramba,
era só começar o abraço...
o amasso...
nesta hora que o velho sempre aparecia.
Minha paixão ainda está latente,
lembro teu amor meio criança,
que em nada era inocente,
mas era amor puro...
amor jovem...
amor novo...
amor quente... um amor do nosso tempo.
19/09/2001