Soneto Do Esperar
Já preparei nosso canto,
pendurei na parede os versos que nos remetem ao nosso mais sublime recíproco encanto,
alí és presente, eu te encontro, é o meu necessário e singular acalanto,
cama que anseia o calor dos nossos corpos sem prantos, luar beijando as telhas,
coruja que alardeia, pés de jabuticabeiras,
ao fundo descansam serenas e passivas roseiras,
livros que na estante permeiam,
esquecidos de me lecionarem como agir com o que dentro me incendeia,
queimando tal qual a lareira que insistentemente centelha,
em frente a algumas solitárias cadeiras, companheiras solidárias,
tal qual o cão que no alpendre passeia,
a espreita de mais um alvorecer que não falha em se anunciar,
acordando os curiós que se bronzeiam,
divididos com um cantar que se assemelha,
à nossa mais linda melodia que o tempo ainda não tragou,
tua foto em um porta retrato na cabeceira,
o brilho dos teus olhos é o que me norteia,
a esperança do teu cheiro nos lençois aflitos que apenas almejam teu corpo desnudo a neles definitivamente descansar,
te aguardo em nosso canto,
com os pés na areia,
poldando belas orquídeas que formoseam,
o jardim esguio erguido tão só para te agradar,
exatamente como outrora prometido e da mesma forma conforme, meu grande amor, eu te espero,
se não surgires me conformarei com os versos longos,
pendurados na parede,
necessário e derradeiro acalanto,
alí sempre fostes presente eu não a perco,
e incondicionalmente eu te encontro,
nos balbuciares grafados, impressos, incertos,
de nosso mais que dolorido desencontro.
Já preparei nosso canto,
pendurei na parede os versos que nos remetem ao nosso mais sublime recíproco encanto,
alí és presente, eu te encontro, é o meu necessário e singular acalanto,
cama que anseia o calor dos nossos corpos sem prantos, luar beijando as telhas,
coruja que alardeia, pés de jabuticabeiras,
ao fundo descansam serenas e passivas roseiras,
livros que na estante permeiam,
esquecidos de me lecionarem como agir com o que dentro me incendeia,
queimando tal qual a lareira que insistentemente centelha,
em frente a algumas solitárias cadeiras, companheiras solidárias,
tal qual o cão que no alpendre passeia,
a espreita de mais um alvorecer que não falha em se anunciar,
acordando os curiós que se bronzeiam,
divididos com um cantar que se assemelha,
à nossa mais linda melodia que o tempo ainda não tragou,
tua foto em um porta retrato na cabeceira,
o brilho dos teus olhos é o que me norteia,
a esperança do teu cheiro nos lençois aflitos que apenas almejam teu corpo desnudo a neles definitivamente descansar,
te aguardo em nosso canto,
com os pés na areia,
poldando belas orquídeas que formoseam,
o jardim esguio erguido tão só para te agradar,
exatamente como outrora prometido e da mesma forma conforme, meu grande amor, eu te espero,
se não surgires me conformarei com os versos longos,
pendurados na parede,
necessário e derradeiro acalanto,
alí sempre fostes presente eu não a perco,
e incondicionalmente eu te encontro,
nos balbuciares grafados, impressos, incertos,
de nosso mais que dolorido desencontro.