Folhas Mortas
Hoje já não sei se as folhas mortas
No jardim tu não suportas,
Se elas vão incomodar, ah.
Hoje já não sei se o sol poente,
Que embevecia a gente,
Pode te hipnotizar, lá, lá, lá, lá.
Hoje já não sei se a amendoeira
Ou se a sombra da mangueira
Vão poder te alegrar, ah.
Hoje já não sei se a chuva fina
Os teus lábios de menina
Ofereces pra beijar, lá, lá, lá, lá.
Eu só sei dizer da emoção
Que é a razão do meu viver,
E perceber a frustração
Que é hoje eu não te ter.
E assim vou por aí,
Lembrando coisas que eu vivi.
Não sei se isso pode adiantar,
Mas eu sei que não posso evitar.
Rio, 1977