GALOPE

Eu sou um cavalo velho

no galope da ansiedade

pelas campinas cavalgo

campeio essa liberdade.

Aspiro com impaciência

o odor da mocidade

no cio ,sem estridência,

perfume da insanidade.

O sol ocluso me guarda

engedra pra eu me safar

aspira a minha linguagem

decifra o meu relinchar.

A noite, sombra profana,

me beija pra eu me acalmar.

O casco em meu orgulho

o cisto dentro do olhar.

Nos campos de luz me deito

a revelia do medo

no galopar do destino

eu busco o meu sol mais cedo

Cavalo forte e arredio

sem rédeas, divina tez,

alado, por ter vivido

e morrido mais de uma vez.

Marilia Abduani

Marilia Abduani
Enviado por Marilia Abduani em 16/11/2010
Código do texto: T2619445