GALOPE
Eu sou um cavalo velho
no galope da ansiedade
pelas campinas cavalgo
campeio essa liberdade.
Aspiro com impaciência
o odor da mocidade
no cio ,sem estridência,
perfume da insanidade.
O sol ocluso me guarda
engedra pra eu me safar
aspira a minha linguagem
decifra o meu relinchar.
A noite, sombra profana,
me beija pra eu me acalmar.
O casco em meu orgulho
o cisto dentro do olhar.
Nos campos de luz me deito
a revelia do medo
no galopar do destino
eu busco o meu sol mais cedo
Cavalo forte e arredio
sem rédeas, divina tez,
alado, por ter vivido
e morrido mais de uma vez.
Marilia Abduani