INEVITAVELMENTE

Contrariando tudo que eu quis jamais querer

Falei o que não consegui dizer, fechei os olhos e vi

Vendo-me distante estando aqui, sabotando pra me refazer

E dessa forma obter tudo que definitivamente perdi!

Centrado com firmeza num alusivo descompasso

Parado a cada passo, voando divorciado do céu

Desnorteando esse forjado carrossel que me liberta com embaraço

Eu me revigoro no cansaço e me sacio de um amargo mel!

Vestido a rigor com uma requintada seda nua

Abrigo-me sob o teto da rua, leciono minhas ignorâncias

Flagrado tatuado nas flagrâncias que o espinho me insinua

Numa manhã governada pela lua ou numa flor sem cor e esperanças!

Desta feita ponho à mesa meu prato vazio de banquetes e retórica

A minha verve ferve eufórica e a razão migrou na esquizofrenia

Pois se sorrisse eu sofreria, se houvesse covardia seria heróica

E mesmo que a verdade fosse só simbólica, ainda assim eu te amaria!

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Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 16/11/2010
Reeditado em 17/11/2010
Código do texto: T2619090
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