Fuga do amor
Só os loucos amam
Só os loucos são felizes
Só e somente só os loucos
Podem cometer ‘deslizes’.
Quando um lúcido escorrega
Mesmo que não caia, é pisado.
Cospem-lhe, empurram-lhe
Fazem tudo para vê-lo humilhado.
Já desci a escada do orgulho
Mas tenho que ir até o subsolo
Sei que isto é necessário
Mas mesmo assim não me consolo.
Quero teu peito para recostar
Quero ouvir tua voz me dizendo coisas banais
Desejo estar contigo numa falsa vida
Vivendo falsamente um amor “demais”.
Mas tudo isto me é proibido
Não sou digno de sonhar
Sonhar contigo é o que me permitem
Mas estar contigo, não poderei jamais.
Jequié, 06 de janeiro de 1991, às 22:45 horas