Injustiças temporais
Não é justo,
Que as ruas percam seu sentido, sua direção,
Que os transeuntes percebam o meu caos interno,
Que o sol não me espere mais para se por.
Não é justo,
Que as borboletas vivam tão pouco,
Que essa dor perdure para sempre,
Que a primavera seja tão breve quanto foi o nosso amor.
Não é justo,
Que as margaridas murchem à espera de um bem me quer,
Que o relógio da sala pare sem corda,
Sem nenhuma razão para existir.