BRUMA

Eu me desenho oceano

nas marés intransponíveis

no prazer inesgotável

de viver e de cantar.

Eu me reservo sonho

e me descubro gigante.

Reluzente diamante

fertilizando o luar

Eu me descrevo leque

que abre-se : bruma leve

lenço bordado ao ar.

Equilibrando o meu tempo

no fio do pensamento

num raio de luz solar.

Eu me sublimo na espera

de pressentidas estrelas

riscando a inércia das horas.

É quando a noite fenece

na nostalgia sem prece.

A alma,súbita, aflora.

Marilia Abduani

Marilia Abduani
Enviado por Marilia Abduani em 13/11/2010
Código do texto: T2612560