BRUMA
Eu me desenho oceano
nas marés intransponíveis
no prazer inesgotável
de viver e de cantar.
Eu me reservo sonho
e me descubro gigante.
Reluzente diamante
fertilizando o luar
Eu me descrevo leque
que abre-se : bruma leve
lenço bordado ao ar.
Equilibrando o meu tempo
no fio do pensamento
num raio de luz solar.
Eu me sublimo na espera
de pressentidas estrelas
riscando a inércia das horas.
É quando a noite fenece
na nostalgia sem prece.
A alma,súbita, aflora.
Marilia Abduani