As Palavras
As palavras procuram tua pele,
rondando a solidão do meu silêncio,
a querer que eu imprima, do que penso,
um verso passional que te revele...
As palavras andam tontas de encanto
pelo gosto de viver o teu olhar,
pois sabem que em teus lábios viram canto
quando as sílabas navegam pelo ar...
Elas deixam de ser tinta no papel,
Ganham asas em acordes de cristal
Quando as dizes com ternura musical,
Desde ti, alçam vôo para o céu.
Rebeladas no interior de minhas veias,
em um fluxo sanguíneo e verbal,
gota a gota... caem de cada digital
na esperança que, um dia, tu as leias.
E por mais que as mantenha em segredo,
não domino o instinto deste impulso:
sinto os verso fluindo pelos pulsos
e a poesia derramando-se nos dedos.
Talvez, tu nem percebas, distraída,
que os vocábulos pulsando em cada texto,
são desculpas sonoras, são pretextos
pra enviar-te, letra a letra, a minha vida.
Por isto, sangro um pouco toda vez
no êxtase que sinto quando escrevo,
vivendo a candura deste enlevo
que vira frenesi quando tu lês...