ANDANÇA

Chega entre luas de sutilezas,
de sonhos que diz, desbravados...
Não sei se posso confiar em suas certezas
se me fez sofrer tanto num recente passado.

Meu coração através de seu para sol rendado
enxerga dias que adormeceram nublados...
A lua refletida num mar escuro, arqueado,
no barco de um amor que naufragou encalhado.

Como acolher pés que me pisaram
e o silêncio que foi grito da sua intolerância
se tantos sonhos se desfolharam
no fingir da poesia, no respirar da dissonância?

Versos não iludem mais esse sofrido coração...
O silêncio sempre foi sua arma mais ferina.
Não navego mais num mar de ilusão
navego por outros mares em busca de outra sina.