Indiferença!

Já me sufocam as horas
passadas nesta cela,
em que a tua espera,
chego á janela,
esperando a sua chegada!
Já não aguento tanta espera,
de um olhar que me dispa as roupas,
de um som em tua boca,
que me chame ao amor!
Um pedido... Uma ordem... Que seja!
Já não suporto a tua presença,
que não reclama a minha,
já não aguento a sua indiferença,
que se não me deixa ir embora,
também não quer minha presença!
Já agastada
apenas choro,
como se as lágrimas fossem lavar-me
e no escorrer estas lágrimas,
levassem de meu corpo a tua urgência!
E do fundo de meu peito este amor dorido...
Da minha mente,
a ilusão de que ainda me queira!
Mas sobra-me apenas indiferenças...
E choro,
e as lágrimas que escorrem
nos vidros embaçados da janela,
são a prova de sua indiferença,
e da falta de coragem em mim,
para ir-me embora!

Edvaldo Rosa
10/10/2006
www.sacpaixao.net 

Poesia inspirada em idéia original de Luli Coutinho
Ilustração retirada das páginas de Luli Coutinho