A RUA
“A RUA”
A rua sonhava com uma direção,
Com a porta de uma chegada
Suspirava calma, estonteante, imaginária
Esculpida ante a tanta luminárias
Ao lado do que fosse a noite
Cálida e objetiva
Envolvida por seus ideais matriarcais,
Combalida em redoma de espectro e euforia
Dinastia de eutanásia!
De vira, de valsa, de salsa, de frevo
O trevo mora no pátio
No reino de todos os descampados
Antes tinha a adoração do cálice de vinho
Do vime das cadeiras ao terraço
Recato de múltiplo, esvaído
Ao tom do mistério,
Adultério de folga
Mosteiro de deletério tifo
O posto é medonho
E do alto proporciona a audição de revelar
Compreendera por fim que sempre estivera certo,
Perto de saber que jamais soubera de mim
A uma certa altura a conjuntura se configura
Gula do vazio que tomou da conta
E da rua um resíduo de fim,
Pautada, portanto, tão próxima a mim.