Um tempo assim...

Há um tempo de mim,

sob mim,

sobre mim...

Indesejada sorte, um amor roubado,

a mesma porta trancada,

o mesmo laço dado

e cadê ela?

Meu corpo estende-se da alma à boca,

corre solto ao vento a destilar tempo e venenos, quase louco,

cavucando o que escondeu no coração.

Dar-te-ei que céu?

Quando a lua visitar-me todos os dias,

direi de ti e dos teus amores atrevidos,

dos que ficaram e dos outros tão sumidos,

até que um novo tempo entre nós dois nos devolva a vida.