NUA DE MIM

Parada, no escuro do meu quarto,
Doce sabor, colho de meus lábios,
Que, de tanto amor, cristalizou...
Teu rosto, teu olhar, a vida me escondeu.
Minha verdade é fria, doce malícia,
Em mergulhar no mundo teu
E no silêncio da noite, o meu refúgio
É quando me vejo nua...
E descubro quem sou eu.
Inquieta e ardente, à espera do corpo quente,
A imaginação desperta, não para, grita,
O coração se agita, dispara...
Me perco em meio a tantas fantasias.
Isso não é vida...
Viver vazia, de um amor que não aconteceu.

Adriana Leal




Texto revisado por Marcia Mattoso