NUMA TARDE DE DOMINGO

Sob copas frondosas, às margens da avenida,

Conheceram-se os dois numa tarde de domingo.

Se ainda estranhos eram, por capricho da vida,

A sorte lhes sorria como em lance de bingo.

Olhares cruzava, enquanto, lábio 'inda mudo,

Coração de cada qual clamava pelo outro,

Ansioso por falar, dizer, contar quase tudo,

Igualmente, ouvir e se inteirar; ter algo d'outro.

Na fome há o pretexto para a aproximação;

U'a palavra, u'a fruta, um sorriso; o beijo ... o começo.

Pois que, ao nascer, desejo busca a sublimação,

A felicidade escolheram como adereço.

Agora, como e p'ra que explicariam momentos

E intrigantes venturas os dois novos amantes?

E a nós, a que questionar ou conceber pensamentos,

Se amar é o que lhes importa e esquecer neuras d'antes?

Israel dos Santos
Enviado por Israel dos Santos em 09/11/2010
Reeditado em 23/11/2011
Código do texto: T2604891
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