ROSAS SECAS
ROSAS SECAS
A versão exata de um conto já contado
A aversão explícita a fatos consumados
A tentação tácita, silenciosa e humilhante da saudade
A aparência clássica, ressonante e sincera das verdades
Beijos que não mais tocam em meus lábios ressecados pelo frio
E o inverno que ainda não chegou, prenuncia o vazio
É quando meu corpo em chamas chama por cada uma de suas curvas
São quando meus desejos suspiram por retículas de chuva
Minha Pele se resseca em exato conjunto com minha alma
e se ressecam as rosas
É quando o contorno vermelho da lua prenuncia o solstício
E nada mais me resta além de edredons
O Vinho não mais me aquece
Seu semblante se desconfigura em passos opostos a mim
Talvez devesse mesmo ter sido assim
Mas quando cada afago ainda dado sob o calor do sol
porções quebradas de um passado distante e perdido
Escondido no gosto doce de noites em que deveríamos apenas ter dormido
São ecos ensurdecedores do silêncio que ouço agora
É quando volto de um sonho...Mas já é hora de ir embora.
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