VOCE, SOMENTE VOCE

VINGA-TE

Ainda que me doa eu te permito

levar o meu último sorriso

ultrajar a minha fraqueza

arrancar lágrimas dos meus olhos

Permito-te ferir a minha razão

eu mereço, eu mereço, eu mereço

deixa-me sentir pena de mim

oferta-me o teu desprezo

Castiga-me sem piedade

sorria do meu fracasso

impeça-me de pedir perdão um dia

comemore a minha desgraça

negue qualquer amor por mim

Atira-me a tua vitória

ria da minha dor, da minha infelicidade

fira-me de todas as formas

rasgue o que me sobra de dignidade

Olha-me sem qualquer desejo

tortura-me com a tua indiferença

crava em meu peito o teu punhal

insulta-me com o teu desprezo

Eu mereço sim

não tive coragem de assumir o meu amor

e não compreendi a dimensão da sua dor

hoje te amo, vinga-te, agora, meu amor

vinga-te de mim!

Célia Jardim

Célia Jardim
Enviado por Célia Jardim em 08/11/2010
Reeditado em 29/01/2017
Código do texto: T2604223
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