Como Um Pássaro
E eu segurei sua mão olhando para seus olhos enquanto caminhávamos...
talvez nem eu, nem você soubesse o significado disso naquele dia, entendi dias depois...
Não como uma metade deficiente que necessita da outra pra caminhar...
Mais como um querer, como vontade de ver-te outra vez, talvez, quem sabe ?...
Pensei em pegar o telefone, mas recuei, um rubor juvenil pintava esse rosto, já um tanto experimentado, e aquela confusão que à tempos não via...
Tudo obviamente explicado, mesmo pelo mais inexperiente dos amantes...
O amor tem sinais tão claros como um sinal de batman solitário no céu, na mais escura das noite...
Tão perceptível e tão impossível negar, tão comum e tão diferente em cada ocorrer é este indomável...
Que corre em suas veias e não lhe deixa dúvidas sobre o que é, mas lhe causa outras infinitas dúvidas dado a incerteza da reciprocidade...
Uma crescente inquietação até que você decida passar de subordinado a ação, até que receba finalmente um sim ou não...
Ainda que não, melhor será que a eterna dúvida se talvez...
Uma resposta pode abrir-lhe caminho novo, ou então fechar este a abrir um novo cheio de possibilidades, o que nem de longe é ruim também...
Mas devido a dupla possibilidade como quem olha dois caminhos diferentes e antes de escolher olha para ambos, fica o confuso se este ou aquele...
De tão confuso sentimento me pergunto porque escolhemos sim quase em todas as vezes...
Talvez como pássaro novo no ninho, sem ainda fazer ideia do que há embaixo, quando sente os ventos em suas plumas abre as asas então pula...
se vai voar ?, se vai cair ?...
vontade, curiosidade, atitude, ou seria instinto ?
Não sei, mas quando os ventos do amor sopram, todos abrimos as asas e pulamos neste desfiladeiro...