POEMA DO AMOR SECO

Dói-me o ser beijado

Cá, pressionado

O rosto colabado

Os sorrisos

Imprecisos

E as lágrimas

Desidratadas

Como farinha seca

Furando o fundo

Falso do saco

Das pálpebras crispadas

(Amor esfaimado

Persiste em acostar-me

Neste muro de arrimo carrasco

Recoberto de cimento estéril,

Chamuscado)