E Ela…
Estava a falar com ela própria
Imitando o que ouvira numa certa canção
Mas sem chegar
A nenhum tipo de conclusão…
Estava farta de finais infelizes
Em argumentos que lhe tinham dado
E que a outra qualquer pessoa teriam bastado
Mas não a ela
Que só conseguia ouvir a sua voz
E que por isso nunca teria paz
Nem ali
Nem em qualquer outro lado…
Porque a sua voz era bela
Mas ocupava todos os canais de comunicação
E assim ela não conseguia ouvir mais ninguém
E aquilo que chamava liberdade
Era a sua própria reclusão…
Contando
E cantando coisas
Que pensava serem verdades
Se as repetisse
Mas para isto tipo de logros
Um demónio bem terrestre disse um dia que
“Uma mentira repetida mil vezes se transforma numa verdade…”
E esta frase
Passou a ser a sua
E assim ela me perdeu
Naquele preciso instante
Em que me julgou ir ter para toda a eternidade…