TORRENTE

Desencantar o mistério

da calmaria do mar,

da boca da maré-cheia,

dos fragmentos de areia

no ventre virgem do olhar.

Desenrolar o novelo

do sol a se declinar.

Sentir o beijo das águas,

torrente de dor e mágoa,

em meu barco a naufragar.

Tocar o céu da montanha,

como um pássaro voar...

Ser da sombra a claridade,

e da mentira a verdade

ser para a noite o luar.

Tecer as teias da vida

com as linhas do perdão.

Bordar de azul a esperança,

cerzir de luz a aliança

entre a loucura e a razão.

Marilia Abduani- 5 de nov de 2010

Marilia Abduani
Enviado por Marilia Abduani em 06/11/2010
Código do texto: T2599398