BANDIDA

“Como um refrão de um bolero/ Eu fui sincero como não se pode ser” (Humberto Gessinger, in Refrão de Bolero)

Fui sincero, é sério

Abri o verbo

Desfiz o mistério

Falei da vida, da lida

O que penso sobre tudo

Que tive alguém por longo tempo

E hoje estou solto

Disse dos meus rolos

Do que gosto, o que eu leio

Minhas referências e medos

As preferências etc. e tal

O que é mau o que é bem

Que gosto de filosofia oriental

Taoísmo zen budismo cristianismo

Que faço macrobiótica quando dá e posso

De nada adiantou tanta sinceridade

Confessionário vão

Água que foi pro ralo

Bandida

Era tudo só um jogo, experimento

Amor volúvel

Que tanto cresce quanto voa

Não tem norte não tem chão

Mundo cão

Como num velho bolero daquela canção

Expus minhas vísceras

Abria o coração

Fui sincero

Exagerado como um poeta

Perdido como um náufrago na tempestade

Pura maldade

Bandida

Gil Petrus
Enviado por Gil Petrus em 05/11/2010
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