BANDIDA
“Como um refrão de um bolero/ Eu fui sincero como não se pode ser” (Humberto Gessinger, in Refrão de Bolero)
Fui sincero, é sério
Abri o verbo
Desfiz o mistério
Falei da vida, da lida
O que penso sobre tudo
Que tive alguém por longo tempo
E hoje estou solto
Disse dos meus rolos
Do que gosto, o que eu leio
Minhas referências e medos
As preferências etc. e tal
O que é mau o que é bem
Que gosto de filosofia oriental
Taoísmo zen budismo cristianismo
Que faço macrobiótica quando dá e posso
De nada adiantou tanta sinceridade
Confessionário vão
Água que foi pro ralo
Bandida
Era tudo só um jogo, experimento
Amor volúvel
Que tanto cresce quanto voa
Não tem norte não tem chão
Mundo cão
Como num velho bolero daquela canção
Expus minhas vísceras
Abria o coração
Fui sincero
Exagerado como um poeta
Perdido como um náufrago na tempestade
Pura maldade
Bandida