Para Nós

Eu não quero para nós

a asfixia dos relógios

nem as grades degradantes

da rotina que aprisiona.

É preciso reinventar

o amor todos os dias

como quem faz a magia

da farinha virar pão;

qual a lua, renovar-se

toda vez, de quarto em quarto

e, apesar dos contratempos,

achar tempo pra doar-se

onde doa qualquer falta,

onde falte um dos dois.

Eu não quero para nós

uma dor determinada,

o amor a gente inventa

transgredindo as convenções...